União da Família: base para enfrentar crises financeiras
O desemprego hoje é uma das mais importantes causas de desestruturação familiar. A insegurança gerada pelo desemprego leva os indivíduos a viverem sob constante pressão se sentindo ameaçados. Saber que ao final do mês não haverá o mínimo para dar conta das suas necessidades básicas e de sua família, desestrutura qualquer indivíduo e pode gerar graves desvios de conduta como o alcoolismo, a violência doméstica e outras fobias que podem levar a loucura.
No entanto, ainda existem muitos casos em que situações financeiras complicadas serviram para unir ainda mais a família. Essa foi a experiência vivida por Luciana Maria dos Santos, moradora da cidade de Taubaté (SP). Em 2006, quando completou 15 anos de matrimônio, viveu o drama do desemprego. Casada e mãe de dois filhos ficou desempregada na mesma época em que o marido também perdeu o emprego. “Tínhamos acabado de trocar a casa.
Fizemos uma dívida alta e para ajudar tive a surpresa de estar grávida novamente, dessa vez de gêmeos. Ao saber da notícia fiquei apreensiva e me lembrei da falta de dinheiro e das dívidas que já existiam”, disse. Luciana conta que tudo se passou em 2006, mas que com a união da família foi possível ir tocando a vida e driblando as dívidas. “2006 foi realmente um ano de grande turbulência financeira, mas também foi um ano que considero do amor e da providência. Conseguimos tocar nossas vidas com confiança em Deus, sentimos o carinho de vizinhos e amigos.
Contamos com doações de fraldas, roupas e de tudo que os bebês precisavam. As crianças nasceram em 2007. Com a ajuda de Deus , conseguimos trocar nossa casa por uma menor, saímos da dívida. Meu marido foi readmitido no emprego e em 2010 fui efetivada como professora de uma creche. Hoje, agradeço a Deus tudo que fez em minha vida e a família maravilhosa que tenho”, desabafou. Assim como Luciana, muitas famílias passam por momentos difíceis, de pouco dinheiro e recursos. Mas a fé precisa existir e perpetuar. A família precisa ser entendida como o alicerce para todas as conquistas e formações do ser humano. Por isso a Igreja Católica realiza todos os anos, desde 1992, a Semana Nacional da Família, que tem como principal objetivo defender os valores familiares e cristãos. Para o presidente da Comissão Episcopal Família e Vida da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e bispo de Camaçari (BA), Dom João Carlos Petrini, o trabalho é importante, mas as famílias não podem se esquecer de sempre estar reunida. “É preciso que cada pai, ou mãe de família viva melhor a relação com o trabalho, não deixando ser absolvido pelas exigências do mundo capitalista. É importante reservar um tempo para estar junto a família, frequentar as missas de domingo e outros tipos de lazer”, afirmou.
O desemprego ou a falta de recursos financeiros deve ser vista como um desafio e não como um sinal de fracasso ou desespero. Nesse momento é que pais e filhos devem se unir. O isolamento só dificulta ainda mais a situação. Pelo menos essa é a opinião do Educador e Terapeuta Financeiro Reinaldo Domingos. “Os indivíduos de uma família criam expectativas, e muitas vezes a falta de dinheiro não permite que estas se realizem, e de vez de buscar a união para o conforto, muitos parte para o confronto, acusando o outro indivídio e destruindo a estrutura familiar. Apenas com a união de todos os integrantes das famílias e o estabelecimento dos mesmos sonhos é que uma família pode sair de uma crise financeira. O maior perigo que uma família corre neste momento é a falta de diálogo, que pode agravar a situação e gerar brigas e até mesmo casos de violência familiar”, afirmou. O Educador também lembra que “em períodos de crises é que se torna mais importante que as pessoas mantenham a calma, tomando o controle de sua vida financeira, vendo qual é a real situação. Contudo, também é importante cortar gastos supérfluos, adequando a uma nova realidade de padrão de vida, realizando compras normalmente e, principalmente, continuando a realizar os seus sonhos”, finalizou.
Fonte: A12