"Tivemos uma discussão maravilhosa sobre as coisas que podemos fazer juntos", relatou o presidente do Banco Mundial, dizendo-se "tocado pelo calor humano e pela bondade do papa", com quem conversou em espanhol. Kim aprendeu a língua durante a sua longa experiência como médico na América Latina, que lhe permitiu "conhecer muitos amigos do Santo Padre, especialmente no Peru".

Kim afirmou ainda que "compartilha o que o Santo Padre chama de opção preferencial pelos pobres" e conta que discutiu com o papa as maneiras de trabalhar juntos. "Eu acho que poderíamos impulsionar um movimento social que acelere o progresso. O papa é uma figura tão inspiradora que pode dar força a este movimento: nós gostaríamos de recebê-lo numa visita a Washington".

Para o Banco Mundial, prossegue Kim, "o crescimento é um elemento crucial, mas eu acho que ele deve ser inclusivo. Sabemos que se existem altos níveis de desigualdade, o crescimento perde força e fica estancado". Ele reconhece que o “seu” banco tem sido repetidamente apontado como um dos responsáveis pela desigualdade e pela distribuição injusta dos recursos econômicos no mundo. Kim disse ao papa que ele próprio, no passado, protestou contra a instituição de Washington, mas acrescentou que "o Banco Mundial mudou enormemente. [O banco] acreditava, antes, que o crescimento por si só seria suficiente, mas agora achamos que o crescimento tem que ser para as pessoas e para dar emprego aos pobres. Não temos crescimento se não investimos nas pessoas", enfatizou.

Sobre a luta contra a pobreza, Jim Yong Kim recorda a importância do papel dos líderes das religiões mundiais. "O fato de que o papa Francisco se expresse de forma tão clara sobre a questão da redução da pobreza é fundamental, mas também queremos chegar aos líderes das outras religiões". E é por isso que "estamos avaliando revitalizar o nosso comitê consultivo inter-religioso. Temos uma excelente relação de trabalho com a Igreja católica e já trabalhamos com eles em várias questões".

Fonte: Zenit