UT OMNES UNUM SINT - Que todos sejam um! - Pe Paulo Gozzi
UT OMNES UNUM SINT Que todos sejam um! Esta é a vontade que o Senhor manifestou durante a última Ceia com seus discípulos. Conhecia perfeitamente a natureza humana, pois, dela fazia parte. Sabia muito bem dessa forte tendência humana para brigar, agredir, separar-se uns dos outros. O homem não foi feito para viver só, isolado. É na vivência fraterna que encontra sua realização, sua paz, sua alegria. Mas, desde o início, o pecado plantou no coração humano o germe da desagregação. Por isso, Deus se fez homem para reconciliar a humanidade entre si e com Deus.
A Cruz é o grande sinal da reconciliação. O que foi que o Senhor veio fazer aqui na Terra? Qual foi sua missão entre os homens? Ele veio para que o muro da inimizade e divisão entre os povos fosse derrubado. Jesus tem a missão ecumênica de trazer de volta à unidade aqueles que estão separados. A fé em Jesus é o princípio da unidade. O primeiro compromisso dos que o seguem deve ser formar uma unidade comum, a comunidade, um grupo que saiba testemunhar, pelos laços do amor que a todos une, a união que Cristo queria.
Mas, libertos do pecado, por mais que possuam fé, os discípulos sentem essa tendência desagregadora. Eis porque Jesus fez esta oração ao Pai na noite da despedida: “Que todos sejam um, ó Pai, como eu sou um em ti e Tu em mim...” (João 17, 21). A busca da unidade entre os cristãos é uma caminhada irreversível da Igreja e uma obrigação de todos nós, ainda mais que temos consciência de que todos os batizados fazem parte da Igreja e estão incorporados em Cristo, dão testemunho e entregam suas vidas pelo Reino de Deus.
Todos os grupos cristãos estão em certa comunhão conosco por causa do batismo, mas o mundo não pode ver essa união, pois, ela é invisível, espiritual. E o Senhor disse: “Que sejam um para que o mundo creia” (idem). Dez anos antes de sua morte, João Paulo II escreveu uma belíssima Carta para nós, chamada “Ut unum sint”, sobre a preocupação que todos devemos ter para com o Ecumenismo. Logo na Introdução ele diz: “Aqueles que acreditam em Cristo não podem permanecer divididos... devem professar juntos a mesma verdade sobre a Cruz... para que a humanidade possa encontrar nela as raízes de sua nova vida”. É na morte do egoísmo, do preconceito e da discriminação que nós alcançamos a paz e o entendimento.
Pe. Paulo Gozzi,SSS