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Santos não Católicos - Pe. Paulo Gozzi, SSS

Por: Família Missionária

Aconteceu um dia que eu estava participando da ordenação de um amigo meu. Conhecia toda a sua família, especialmente sua querida mãe, uma senhora que possuía um amor excepcional aos pobres, de uma bondade sem igual, pessoa delicada, serena, sempre sorridente. Ao meu lado estava sentado um padre muito irrequieto e falador. Num determinado momento ele voltou-se para mim e perguntou: “O senhor conhece a mãe dele?”, referindo-se ao ordinando. Eu respondi: “Claro, ela é uma santa!” E ele disse prontamente: “Santa? Santa? Ela é espírita! Como é que pode ser santa?” Lancei-lhe um olhar furioso e me calei... Mas será mesmo que pessoas de outra religião podem ser santas?

Desde o início, a Igreja foi sempre banhada com o sangue dos mártires. Até hoje quantos cristãos são perseguidos e mortos por causa do testemunho que dão de Cristo e do seu Evangelho. O martírio é uma das características da Igreja, que se torna cada vez mais autêntica e numerosa pela firmeza e convicção de seus membros. A testemunha fiel de Cristo sabe que ninguém pode tirar-lhe a vida, crê na ressurreição e na felicidade da vida com Deus no Reino eterno. Não teme aqueles que podem tirar-lhe a vida corporal. E isso não é exclusividade do católico. Todo cristão, de qualquer Igreja, por sua coerência em viver de acordo com o Evangelho, é mártir e santo. O Concílio Vaticano II reconheceu logo isso.

Na tradição cristã duas são as Igrejas que têm o costume de reconhecer oficialmente a santidade de alguém, o que chamamos de canonização: A Igreja Ortodoxa e a Igreja Católica Romana. Também os anglicanos aceitam e celebram seus santos, especialmente os antigos. Quando Paulo VI canonizou em conjunto um grande número de mártires de Uganda em 1964, havia em meio a eles muitos anglicanos que deram seu sangue junto com os católicos. É incontável o número de luteranos que morreram nas prisões nazistas, junto com católicos e judeus, porque se opuseram à tirania da injustiça e das mais elementares violações dos direitos humanos.

João Paulo II repete a afirmação de Paulo VI, de que “todas as Comunidades cristãs têm mártires da fé”. E diz mais: “Não obstante o drama da divisão, estes irmãos conservaram em si mesmos uma união a Cristo e ao seu Pai, tão radical que pôde chegar até ao derramamento de sangue” (UUS, 83). No relacionamento com irmãos de outras confissões, é reconfortante ver como eles procuram viver a santidade de vida. Tanto eles como nós temos consciência de que o batismo, recebido por eles e por nós, nos chama a ser verdadeiramente santos. Todo batizado sabe que a força que o Espírito Santo lhe dá para viver a santidade é a mesma que o leva a superar todos os obstáculos que ainda dividem os cristãos.

 

 

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