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Antigas igrejas do Oriente - Pe. Paulo Gozzi, SSS

Por: Família Missionária

Há um grupo especial de Igrejas no Oriente separadas a muito mais tempo de nós do que os Ortodoxos e não podem ser confundidas com estes. Quando falamos de orientais, nós costumamos pensar somente nos Ortodoxos, que vieram do Grande Cisma no ano de 1054, isto é, separados há “apenas” 957 anos... Hoje, com a anulação das excomunhões mútuas em 1965, temos quase total comunhão com eles. É um grupo de 16 Igrejas em plena comunhão entre si, lideradas pelo Patriarca de Constantinopla (Istambul).

Esse outro grupo, quase sempre esquecido, está separado de nós e dos Ortodoxos desde o Concílio de Éfeso, no ano 431, e do Concílio de Calcedônia, no ano 451. Isto significa há 1.580 e 1.560 anos atrás respectivamente! Formam um grupo de cinco Igrejas não ortodoxas, chamadas apostólicas, pois, têm origem nos Apóstolos, que vale a penas mencionar: A Igreja da Síria Ocidental, a Igreja de Alexandria do Egito, a Igreja copta da Etiópia, a Igreja da Armênia e a Igreja Malabar da Índia. Isoladas, ignoradas, incompreendidas e perseguidas por enormes barreiras históricas, políticas, sociais e culturais, essas Igrejas foram lembradas, chamadas a participar do Concílio Vaticano II e carinhosamente abraçadas pelo Beato João XXIII.

As antigas controvérsias teológicas que provocaram o cisma com essas Igrejas estão hoje praticamente superadas e já foram feitas declarações de Paulo VI e João Paulo II com os respectivos patriarcas eliminando as divergências. Trata-se de maneiras diferentes de falar sobre as mesmas verdades de fé, a respeito da maternidade divina de Maria e da pessoa de Jesus Cristo, verdadeiro homem e verdadeiro Deus. Como exemplo, citemos a visita a Roma do venerável Patriarca da Igreja da Etiópia, Abuna Paulos, em 1993. O papa sublinhou a profunda comunhão existente entre as duas Igrejas dizendo: “Compartilhamos a fé transmitida pelos Apóstolos, bem como os mesmos sacramentos e o mesmo ministério, radicados na sucessão apostólica (...). Hoje, aliás, podemos afirmar que temos uma só fé em Cristo, apesar de, por longo tempo, isso ter sido uma fonte de divisão entre nós” (Ut Unum Sint, 62).

Como é que conseguimos, como num passe de mágica, eliminar discórdias tão antigas? Pelo diálogo! E nesse diálogo houve muita boa vontade, caridade, paciência, compreensão melhor do outro, cuidadosa pesquisa teológica e histórica, esclarecimento de vários pontos e eliminação de toda dúvida e desconfiança. Acima de tudo, houve profundo respeito à enorme diversidade cultural. Assim como o marido e a mulher que se reconciliam após uma breve separação, as Igrejas devem redescobrir aquele primeiro amor que as unia no princípio de tudo...

 

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