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Amor à Palavra - Pe Paulo Gozzi, SSS

Por: Família Missionária

Uma das mentiras que se espalhavam entre os católicos de antigamente era que Lutero havia fundado uma nova Igreja. Nada mais falso. Essa nunca foi sua intenção. O que ele fez, na verdade, foi uma grande reforma com o apoio das autoridades civis, contra a vontade de Roma, em prejuízo da plena comunhão visível que havia entre todos os cristãos ocidentais. A obediência ao bispo de Roma, sinal de unidade, foi de fato quebrada. E não foi apenas a Alemanha que aderiu a essa revolta disciplinar. Todos os países do norte europeu aderiram ao protesto. E qual foi a principal reforma? Exatamente a necessidade de divulgar a Palavra de Deus, desconhecida do povo. Era preciso revalorizar a Palavra.

A Igreja naquele tempo dava mais importância aos sacramentos, aos rituais, às cerimônias, aos símbolos religiosos e às devoções. O povo era analfabeto, a língua usada tornara-se estranha e as pessoas preferiam ouvir histórias dos santos, na maioria lendas fantásticas. Cristo estava perdendo a centralidade da fé. Era preciso dar mais atenção à Palavra de Deus, despertar o amor ao Evangelho. O desafio era muito grande, mas as autoridades estavam acomodadas e não quiseram ouvir às inúmeras vozes que se levantavam a favor da reforma. Lutero e os outros reformadores insistiram, antes de tudo, na evangelização, tornando a Palavra conhecida e amada, provocando a conversão do coração, a adesão pessoal a Cristo.

Mas uma reforma feita em clima de guerra acaba provocando radicalismo e exageros. Para valorizar a Palavra, desvalorizaram-se os sacramentos, gestos, símbolos e rituais. Hoje, em clima de diálogo, reconhecemos como é importante realçar esse ou aquele ponto da fé que vai se tornando esquecido. Seguindo o exemplo dos cristãos reformados, a Igreja Católica empreendeu uma vigorosa reforma, embora com quinhentos anos de atraso. E vemos com alegria que eles estão recuperando aquilo que nós sempre valorizamos. O mais lamentável de tudo é que as reformas do passado foram feitas à custa da quebra de unidade visível da Igreja. A comunhão é o maior dom do Espírito Santo.

O maior exemplo dos irmãos, outrora protestantes, hoje diletos irmãos no Senhor, é o amor à Palavra de Deus. Diz o Guia de Espiritualidade: “Certos aspectos do mistério cristão têm sido mais efetivamente valorizados por outras Igrejas ou Comunidades Eclesiais. O Espírito Santo as tem enriquecido com modos próprios de ler e meditar a Sagrada Escritura, formas diversas de culto, diferentes expressões de testemunho cristão e santidade de vida” (GEE, 10). A Palavra em nosso culto já não é mais fria e seca. Ela tem vida, envolvendo-se com as mais diferentes expressões corporais: gestos, símbolos, canto e dança. Todos nós já compreendemos isto: Ela agora é o centro do Ecumenismo.

 

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