6º Circulo Bíblico - "Pedro e João: testemunhas na perseguição": - Rosabel De Chiaro e Sonia Biffi
“A coragem que nasce da fé na ressurreição” Atos 4,1-22
I - Partilhar nossas experiências e nossos sonhos de comunidade
Neste encontro vamos meditar o texto que descreve a primeira perseguição contra os cristãos e a reação corajosa de Pedro e João diante das autoridades. Pedro mudou por completo. Parece outra pessoa. Antes da ressurreição, ele tinha medo até da empregada do sumo sacerdote (Lc. 22,56). Agora, depois da ressurreição, ele e João enfrentam o próprio sumo sacerdote. Tudo mudou! Eles mesmos ressuscitaram! Coragem, em vez de medo. Fé, em vez de descrença. Esperança, em vez de desespero. Consciência crítica, em vez de fatalismo frente ao poder. Liberdade, em vez de opressão. Em vez da má notícia da morte de Jesus, a Boa notícia da sua ressurreição! Por isso, sem medo, eles enfrentam os poderes que os ameaçam.
1 - Pedro mudou por completo. Já aconteceu algo assim com você?
2 - Quais são hoje os poderes e perigos que ameaçam a nossa comunidade?
I - Escutar a partilha da comunidade dos primeiros cristãos.
- O texto descreve a prisão dos apóstolos e a coragem deles em anunciar a ressurreição de Jesus diante do mesmo tribunal que, semanas antes, tinha condenado Jesus à morte.
Durante a leitura prestemos atenção no seguinte: quais são as autoridades que perseguem os apóstolos e como elas reagem frente à pregação de Pedro e João?
- Leitura do texto: Atos 4, 1-22 pode ser dividida, partilhada.
- Momento de silêncio.
II - Perguntas para refletir e partilhar:
- Qual o ponto desse texto que você mais gostou ou que mais chamou a sua atenção? Por quê?
- Quais as autoridades que perseguem e qual a acusação que levantam contra os apóstolos?
- Quais os argumentos de defesa de Pedro? Qual a acusação de Pedro contra as autoridades?
- No fim, qual a reação de Pedro e João frente à sentença do tribunal?
- Qual a mensagem de tudo isso para nós hoje?
III - Transformar em oração o que partilhamos entre nós.
Comentando: nos anos 80, a época em que Lucas escreve, a perseguição era um elemento quase diário na vida das comunidades. Não era um acidente de percurso, mas fazia parte da caminhada. Naquele mundo do Império Romano, organizado a partir dos interesses egoístas de poucos, quem quisesse viver a justiça e o amor tinha que aprender como viver na contramão da sociedade.
Pela fé no nome de Jesus ressuscitado, os apóstolos tinham curado aquele aleijado conhecido na cidade, conf. At. 3, 1-10. Por isso muita gente ia escutar as palavras de Pedro, e o número de discípulos aumentava a cada dia... A perseguição... a incoerência das autoridades... a reação de Pedro e João...
Crer na ressurreição o que é? É voltar para Jerusalém, de noite, reunir a comunidade e partilhar as experiências, sem medo dos judeus e dos romanos (Lc.24,33-35). É receber a força do Espírito Santo, abrir as portas e anunciar a Boa Nova á multidão (At. 2,4). É ter coragem de dizer: “É necessário obedecer antes a Deus que aos homens”. É sentir a mão de Jesus ressuscitado que nos diz: “Não tenha medo!” (Ap. 1,17). Caiu o véu que escondia a realidade (2Cor 3,16)... Nova luz clareou para o povo.
Na comunidade a palavra do passado retoma vida e se torna Palavra de Deus:
- o mesmo poder que tirou Jesus da morte mantém a vida das comunidades (Ef. 1,19-21; 2,5-6; Cl 3,1-3);
- é na comunidade que Jesus se faz presente pelo Espírito e pela Palavra (Mt. 18,20...
Assim, o Espírito enche de força as ordens que Jesus deu aos discípulos e discípulas: a ordem de anunciar (Mt 28,10, Mc 16,15); de fazer discípulos e batizar (Mt 28,19); de ensinar a observar tudo que Ele mandou (Mt 28,20); de perdoar (Jo 20,23); de lavar os pé(Jo 13,14); de celebrar sua memória na Ceia (ICor 11,24-25); de ser suas testemunhas no mundo inteiro (At 1,8).
A luz da ressurreição faz cair o véu que encobria o AT (II Cor 3,14-16), agora os discípulos percebem que Jesus estava no centro da Escritura (Jo 5,39). Muitas vezes tinham ficado sem entender o que Jesus dizia ou fazia.
A fé na ressurreição leva a comunidade a defender a vida, a lutar pela justiça, e pela fraternidade, a alegrar-se com a vida e a viver em ação de graças... a gritar com todas as forças da convicção que nasce da fé: “Ele está no meio de nós!”
E nós como sentimos e vivemos nossa fé na ressurreição de Jesus? E nossa comunidade?
- Colocar em forma de prece o que partilhamos: “Senhor, que a tua coragem sustente a nossa fraqueza!”
- Qual o compromisso que esta palavra nos está pedindo?
- Agradecer, rezar o Salmo 124:”Se Deus não estivesse conosco a gente não teria agüentado!” Encerrar com o Pai-Nosso.
Do livro: A Palavra na Vida, vol. 160/161 - Carlos Mesters e Francisco Orofino - Centro de Estudos Bíblicos
Nossa sugestão: aprofunde os dados e fatos com a leitura do livro indicado e aproveite ampliar suas descobertas motivando o grupo a manifestar outros questionamentos, idéias ou reflexões despertadas pelo tema e até pela unção do próprio Espírito Santo.