Dinâmica: A Escolha (Adoção) - Rosabel De Chiaro e Sonia Biffi
Dinâmica: A escolha (adoção) Própria para noivos, recém-casados e casais.
Para poder realizar a sua vocação de “santuário da vida”, enquanto célula de uma sociedade que ama e acolhe a vida, é necessário e urgente que a família como tal seja ajudada e apoiada. (EV 92-94)
Objetivo:
proporcionar aos participantes a reflexão sobre o tema: Adoção.
- convidando-os através do exercício a experimentar emoções que envolvam ou despertam uma possível empatia;
- mobilizando-os, através da empatia, à escolhas pessoais;
- estimulando-os ao diálogo, à troca de emoções e projetos relativos ao tema: maternidade e paternidade;
- possibilitando a reflexão sobre o exercício de ser pai/ser mãe.
Tempo:
90 minutos
Material:
Recortes de figuras variadas de bebês, crianças, adolescentes e jovens, que revelem em sua fisionomia ou aparência, uma situação, condição ou estado de emoção, p.ex.: alegria, tristeza, abandono, dor, tenacidade, curiosidade, carência, deficiência, medo, enfermidade, ser arteiro, ser dramático etc., em cópias suficientes para todos os participantes. Para cada casal: textos de apoio, (anexos). Para o grupo: uma folha de cartolina ou papel cartão, dois pedaços de madeira (2 metades de um cabo de vassoura), preguinhos/taxinhas, martelo, uma caneta hidrocor preta e cola (para fazer um cartaz/painel promovendo a adoção).
Estratégia:
1º momento - 15 minutos
Nota: colocar previamente as figuras espalhadas sobre uma mesa ou no chão (no centro de uma sala), de forma que os participantes possam circular de maneira ordenada para observá-las. Propor que se acomodem e convidá-los a participar de um trabalho em grupo. Orientar: “Primeiro ouçam as instruções; só depois se dirijam ao local onde se encontram algumas figuras expostas; - é preciso que caminhem em fila única, em silêncio, de forma tranqüila, observando as figuras, sem tocá-las; - dêem uma ou mais voltas, observem bem cada uma; sem comentários, procurem perceber o que sentem diante de cada figura, o que lhes desperta, que emoções cada uma das figuras lhes provoca; - depois, cada um deverá escolher somente uma, e voltar ao seu lugar, sem mostrar a ninguém a figura escolhida, mantenham o silêncio; - “há várias figuras sugerindo o mesmo tema, caso a ‘sua escolhida’ seja levada, busque outra que lhe agrade”; Solicitar que façam o passeio, reforçar: “mantenham o silêncio, não se precipitem na escolha, não mostrem a ninguém a figura escolhida, retornem a seus lugares em silêncio”...
2º momento: 10 minutos
Propor pausadamente dando espaço para que reflitam: - “quero que cada um observe bem a figura que escolheu e imagine-se como se estivesse tomando a decisão de adotar esse ser/essa pessoa como seu/sua filho/a; - observe essa imagem, sua expressão, seu olhar, seu jeito. Reflita: o que ela transmite a você? Reflita agora sobre sua escolha: - por que o/a escolheu? - que nome lhe daria? - o que diria ou faria a ele/a?”
3º momento: 10 minutos
O animador propõe: - “agora, cada um vai apresentar ao seu/sua companheiro/a ou à pessoa que está a seu lado, a figura escolhida, como se sentiu vivenciando essa experiência”. Lembrar que a palavra “apresentar” supõe mais do que mostrar. Ao perceber que terminaram, perguntar: “a adoção faz ou já fez parte do projeto de vida de vocês?”
4º momento: 20 minutos
Distribuir o texto de apoio 1 para cada casal e convidá-los a compartilhar a reflexão: - propor que se manifestem motivá-los se necessário; - após os comentários em geral, levá-los a comentar sobre o documento Evangelium Vitae (Evangelho da Vida), sugerindo que reflitam sobre as palavras do Papa, quadro em destaque no texto: motivá-los se necessário; - em nosso papel evangelizador, nas diversas pastorais que envolvem a família: catequese, noivos, casais, recém-casados etc., temos promovido o exercício da adoção? De que maneira? - se tivéssemos que fazer um painel tipo de propaganda, promoção sobre a adoção, como faríamos? - deixar que se manifestem. Ao término convidá-los: “então, vamos fazê-lo”.
5º momento: 20 minutos
Disponibilizar o material. Deixá-los à vontade. Controlar o tempo.
6º momento: 15 minutos
Após a elaboração do painel, convidá-los a retornar a seus lugares, distribuir texto de apoio 2, sugerir que leiam, reflitam e levem a mensagem para casa.
Concluir:
A adoção nos leva a pensar mais fortemente no compromisso e na graça de gerarmos e termos nossos filhos, a bênção de Deus acontece e se renova nos gestos dos pais, adotivos ou não, a cada dia, todos os dias. Se possível, expor o cartaz elaborado na entrada da Igreja ou propor que seja comentado quando da celebração do dia da Família. Encerrar como desejar ou conforme sugestão dos participantes. Agradecer a participação de todos.
Do livro: Família e Vida, Caminho, Vocação e Missão - Dinâmicas e Sensibilização - Sonia Biffi – Rosabel De Chiaro – Ed. Paulus, SP 2007
Texto de Apoio 1: A Escolha (Adoção) TODOS SOMOS FILHOS ADOTIVOS
A paternidade ou a maternidade não se define e tão pouco se limita a quantidade do espermatozóide ou do óvulo. Se bem que a condição biológica seja necessária e imprescindível, não é excludente, nem suficiente. Tanto na maternidade como na paternidade se comprometem todas as dimensões (bio-psico-espiritual) do ser. Na adoção, o filho se plasma/funde ao compromisso, desde o núcleo da pessoa de assumir a responsabilidade de incentivar e facilitar o desenvolvimento maduro desse filho. Habitualmente, na imensa maioria dos casos, os pais que assumem o compromisso de criá-lo, são os mesmos que deram os gametas e seus gens. Mas ainda que sejam os pais biológicos, não deixa de ser um ato de ADOÇÃO essa responsabilidade contraída. No menor número das vezes, os pais “adotivos” não doam/fornecem as células germinais. Aqui é de primordial importância que eles se sintam pais genuínos/verdadeiros desde o primeiro instante que têm contato com seu filho. Seus gens transmitiram aos herdeiros vindouros seus princípios e valores, seu estilo e modo de enfocar a vida, suas vivências e experiências e a sua herança cultural que, gerações após gerações, foram se sedimentando na memória profunda do inconsciente. Assim como entre os vegetais a parte enxertada se nutre com a seiva e as raízes da planta sustentam a mãe, o filho se “enxerta” na nova família, recebe dos pais um tronco e raízes onde se sustentar e nutrir-se.
Do livro: Paradojas Existenciales – Gabriel Jorge Castellá – Ed. San Pablo
“Os filhos são bênçãos do Senhor, os frutos do ventre, uma recompensa do Senhor” (SL 127/126, 3): a família é verdadeiramente o “santuário da vida”, o lugar onde a vida, Dom de Deus pode ser convenientemente acolhida e protegida... O verdadeiro amor paterno e materno sabe ir além dos laços de sangue para acolher também crianças de outras famílias, oferecendo-lhes o que for necessário... Merece ser assinalada a adoção à distância, que se há de preferir sempre que o abandono tenha por único motivo as condições de grave pobreza da família... é oferecida aos pais a ajuda necessária, sem ter de os desarraigar do seu ambiente natural... Para poder realizar a sua vocação de “santuário da vida”, enquanto célula de uma sociedade que ama e acolhe a vida, é necessário e urgente que a família como tal seja ajudada e apoiada. (EV 92-94) |
Texto de apoio 2: A escolha (Adoção): CARTA A MINHA MÃE
(antecipação)
Tão só por prazer não me concebas/Tampouco para fins egoístas
Prepara-te conscientemente do que “sou” /Ainda antes de me pronunciar em tuas entranhas.
Para que eu me integre felizmente/lá no claustro de teu bendito ventre.
Peço-te, por favor, mãe adorada,/que ao conceber-me esteja apaixonada.
Encha-me de teu amor,/e seja consciente que sou um ser humano que não é seu.
Faça com que me sinta livre como o vento/Dá-se com seu amor também respeito.
Se me respeitas mãe, esteja/fique segura/que nunca sofrerás na amargura. Pois hei de amar a todas as criaturas/Respeitando o direito de suas vidas.
Não permitas jamais que eu seja teu amo/nem tampouco teu escravo, te suplico.
Faz-me forte, não mimes meus caprichos;/que teu bendito amor não me faça danos!
Não permitas falhas em minha conduta./Não me superproteja, te imploro.
Não me eduques com prêmios e castigos/ensina-me a pensar, a ser eu mesmo.
Faça com que minha mente voe ao infinito/e que meus pés se firmem no solo.
Para que aprenda a amar ao divino/e para conscientizar-me neste mundo.
Ensina-me a lutar por meus ideais./Que aprenda que na vida tudo custa
Inculcando-me amor por meus trabalhos/como uma bênção, nunca como uma pena.
Ensina-me a viver aqui e agora/jamais nos ontens ou amanhãs.
Faz-me aprender a dar sem esperança/para entregar meu amor sem desconfiança.
Respeita-te, seja digna e responsável./Não dependas de nada, nem de ninguém.
Seja valente, não tema a vida/para que sejas a luz de minha existência
Felipe Maganã