Dinâmica: "Caminhar com..." - Rosabel De Chiaro e Sonia Biffi
Dinâmica: "Caminhar com... "
Idealizada para propor aos participantes de comunidades de perseverança cristã uma reflexão adequada ao início do Advento, sugerindo um caminhar em comunidade, como comunidade para renovarmos os propósitos, fortalecermos os passos a dar, vencermos os desafios, as pedras de tropeço e descobrirmos, juntos, uma nova maneira de caminhar. Pode ser utilizada por todas as faixas etárias, adaptando-se, naturalmente, à realidade e universo de cada uma.
Objetivo: trabalhar os temas relacionados à nossa caminhada cristã: diálogo com Deus e com os irmãos; amor a Deus e aos irmãos; discernimento; capacidade de escolha; dedicação; meta; responsabilidade; respeito; acolhida; assumir seu papel, sua identidade; partilhar; compartilhar; perdoar; doar-se etc.
- utilizando o recurso de um labirinto, levá-los à analogia dos diversos obstáculos, escolhas, contratempos, motivações, etc., que nos distanciam ou nos aproximam do caminho para vivenciar plenamente a vida em comunidade, como comunidade, contribuindo e favorecendo o alcance do objetivo maior que a cerca: viver como e com Cristo;
- usando da analogia, levá-los a observar e refletir sobre “o como lidamos com as nossas dificuldades nessa caminhada comunitária, quais as que mais dificultam nossa realização;
Tempo: aproximadamente 50 minutos.
Material: para cada participante: cópia do labirinto (anexo), caneta ou lápis. Para o dirigente: texto de apoio anexo.
Estratégia: 1ª etapa: 5 minutos
O animador propõe o exercício do labirinto, convidando-os a se acomodar de forma a não sofrer interferências. Distribui os impressos do labirinto, a caneta e orienta:
- “cada um utilizando a caneta deve assinalar o percurso que julga correto para alcançar a meta; ao terminar coloque o labirinto sobre o assento da cadeira, de cabeça para baixo, fique em pé e aguarde novas instruções.”
- não orientar a respeito da atitude de cada um quanto à curiosidade em relação aos outros, apenas permaneça atento às manifestações durante o exercício;
- não revelar o tempo, mas após 1 minuto, comunicar que tempo está se esgotando. Se necessário, aguardar mais 30 segundos e encerrar solicitando que todos fiquem em pé.
2ª etapa: 5 minutos
Convidá-los a caminhar pela sala e orientar:
- que observem o seu labirinto, o caminho escolhido, traçado, se desejaram mudar o rumo, como foi a certeza ou não da escolha feita;
- que reflitam sobre o significado dos desenhos ali colocados, do trajeto proposto e do próprio labirinto em si.
- dar o tempo: 5’, ao termino retornem a seus lugares. Deixá-los a vontade.
3ª etapa: 20 minutos
Convidá-los a conversar, a compartilhar suas reflexões e descobertas.
Após algumas manifestações, estimulá-los com as seguintes propostas:
- o que a imagem de um labirinto sugere?
- qual a relação desse exercício com a nossa perseverança em comunidade?
- o que a expectativa de realizar a tarefa gerou em cada um?
- o que mais incomodou?
4ª etapa: 10 minutos
Relatar brevemente o sentido do labirinto:
- “sugere a escolha de um caminho para alcançar a meta, que supõe o objetivo do caminhar, que passa por obstáculos, barreiras, etc simbolizadas em desenhos que fazem analogia à vida. As diversas possibilidades em busca do trajeto correto vêm relacionar-se com a nossa realidade: saímos do nosso refúgio para o labirinto da vida -> conviver com a sociedade -> cumprir nosso papel -> conquistar nossa realização pessoal/profissional - vivenciar a nossa fé.”
“Pra isso temos que escolher nosso caminho, por onde caminhamos como o fazemos e com quem. A gente passa pelos desafios próprios da vida: ilusões, cansaços, tentações, propostas que podem nos desviar do caminho, da meta, mas também pelas propostas que podem nos enriquecer em todos os sentidos, não só em relação à comunidade, à vida de fé em Jesus. O que de fato queremos e como queremos caminhar? O que é para nós alcançar a meta?”
“Somos livres, a escolha, a decisão é nossa, mas não estamos sozinhos. Pertencemos a uma família humana como também a uma família divina. Somos mundo e comunidade familiar, social e religiosa. Os passos são nossos, de cada um, mas a meta é de todos e para todos: o bem, a felicidade etc, este é o Plano de Deus. Mas eu, cada um tem de dar o seu passo, contribuir nesta caminhada de hoje, de agora, neste tempo...”
“Assim, o advento vem para nos fazer “renascer”, ou seja, vivenciar com Jesus os passos humanos de sua caminhada na terra, para fazer acontecer de novo e de maneira nova o nosso caminhar, a nossa escolha, os nossos propósitos.”
5ª etapa: 5 minutos
Abrir para comentários. O que gostariam de complementar?
Concluir integrando as descobertas e propondo que cada um guarde o seu labirinto como lembrança da caminhada de hoje.
- como comunidade somos convidados a ser para o outro/a, mas precisamos também do apoio e da força da família humana/divina. Na verdade há uma luz que nos guia, que nos leva pela mão, que é o próprio Jesus.
- vamos nos dar as mãos e encerrar com uma meditação.
- fazer a leitura do texto de apoio de modo claro, suave, pausado.
Agradecer a participação de todos.
Baseada na Dinâmica O Labirinto, do livro: Nós, Eu e Você, Casais - de Sonia Biffi e Rosabel de Chiaro - Ed. Paulus, 3ª Ed. 2002
Texto de apoio: A luz que me leva pela mão
Jesus, nós conhecemos o amor que Tu nos deste, um amor sem limite, inexprimível, que nada pode conter; ele é luz, luz inacessível, luz que age em tudo.
[...] Na verdade, o que não faz essa luz e o que não é? Ela é encanto e alegria, doçura e paz, misericórdia sem fim, abismo de compaixão.
Quando a possuo, não dou por ela; só a vejo quando ela parte; precipito-me para a agarrar e ela desaparece. Não sei que fazer e esgoto as minhas forças.
Aprendo a pedir e a procurar com lágrimas e com grande humildade, e a não considerar possível o que ultrapassa a natureza, nem como resultado do meu poder ou do esforço humano o que vem da compaixão de Deus e da Sua infinita misericórdia. [...]
Essa luz leva-nos pela mão, fortifica-nos, ensina-nos, mostra-se e depois foge quando temos necessidade dela. Não é quando nós a queremos — isso pertence aos perfeitos —, mas é quando estamos em trabalhos e completamente exaustos que ela vem em nosso socorro. Ela aparece de longe e consigo senti-la no meu coração. Grito até ficar estrangulado de tanto querer agarrá-la, mas tudo é noite e as minhas pobres mãos estão vazias. Esqueço tudo, sento-me e choro, desesperando de a tornar a ver assim mais uma vez.
Quando já chorei muito e consinto em parar, então, vindo misteriosamente, ela toma a minha cabeça e eu desfaço-me em lágrimas sem saber quem está aqui a iluminar o meu espirito com uma luz tão doce.
São Simeão o Novo Teólogo (c. 949-1022), monge grego, santo das Igrejas Ortodoxas Hino 18; SC 174 - do Evangelho Quotidiano (www.evangelhoquotidiano.org)
ILUSTRAÇÃO DO LABIRINTO A SER UTILIZADO NA DINÂMICA