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Dinâmica: “A CRUZ E O CÁLICE” - Rosabel De Chiaro e Sonia Biffi

Por: Família Missionária

 

 

A Cruz e o Cálice. A Paixão e a Libertação. Vivemos agora o momento da reflexão do sentido de ambos para a nossa vida. Tendemos a escolher o Cálice esquecendo a Paixão contida na Cruz... Paixão sofrimento, sacrifício;  entrega; paixão amor infinito, absoluto, irrestrito... Requer humildade, solicita interioridade para encontrarmos lá, no fundo, as tantas pequenas cruzes da nossa alma... Façamos essa busca, agora é o tempo e o momento... No finito de nosso ser vamos uni-las à Cruz da Paixão de Cristo para alcançarmos a graça da Libertação, da Páscoa prometida.

Objetivo: refletir com o apoio dos textos sobre o sentido da Cruz e do Cálice:

- mobilizando-os à reflexão do Projeto de Deus acontecendo na caminhada de Jesus;

- motivando-os a buscar o sentido da Cruz e do Cálice na própria caminhada como pessoas, como casais e como cristãos;

- associando a Cruz e o Cálice de Jesus à cruz e o cálice de sua aliança matrimonial para promover a descoberta do sentido da missão e da interação de cada um e dos dois com Jesus;

- levando-os a refletir na cruz contida na vida de irmãos e irmãs sujeitos às adversidades em que  foram envolvidos (ver temas e textos da CF 2014);

- propondo uma revisão do compromisso que assumimos diante da Cruz e do Cálice, como sinais vivos, testemunhas desse Amor que cura, liberta, resgata... Ama.

- buscando refletir, pelo exercício, que a Cruz é o conteúdo do Cálice.  

Tempo: 80’

Material: para cada casal: impressos dos textos de apoio 1, 2 e Proposta. Para o grupo: 3 ms de arame maleável para confeccionar uma cruz, fitas de tecido acessível à escrita com caneta Bic, um cálice, ¼ de garrafa de suco de uva, uma Bíblia com suporte.

Estratégia: Etapa I - Casal

1º momento: 5’

- acolhida pelo casal animador. Convite ao trabalho. Orientar: vamos vivê-lo em etapas, com propostas diferentes a cada uma. Solicitar que cada casal se acomode de maneira a manter sua privacidade, pois nessa etapa irão trabalhar a dois sem interferência de ninguém.  

Auxiliar se necessário.

2º momento: 20’

Distribuir os impressos: Texto de apoio 1 e Proposta. Solicitar que sigam as orientações da Proposta.

Comunicar o tempo disponível. Deixá-los à vontade.

Ao término convidá-los a formar um único círculo.

Etapa II – Grupo

Momento único: 20’

Lembrar que na primeira etapa todos tiveram oportunidade de refletir a dois, como casal, o que também permitiu um momento de interioridade pessoal. Convidá-los agora para a reflexão em grupo. 

- distribuir o texto de apoio 2 para cada casal; pedir que leiam com atenção;

A seguir motivá-los a se manifestar relacionando o texto com sua caminhada como comunidade:

1 - A quem o texto é dirigido? O que nos propõe?

2 - Pensando que a cruz de cada um deve significar o mesmo que significou para Jesus, como avaliamos o “assumir” a cruz em nossa convivência comunitária?

- qual a que tem nos pesado mais?

- qual ainda temos que aprender a carregar?

3 – Pensando nos discípulos: Pedro, João, Tomé, Mateus, Maria, Marta, Paulo e tantos outros... de alguma forma, cada um “assumiu”a sua cruz e a ofertou a Jesus. Como discípulos que somos quais as cruzes assumidas e já entregues, com Jesus, em oferta a Deus Pai?

 - a Cruz é o conteúdo do Cálice. Quem, em nossa comunidade, se assemelha aos discípulos do Mestre? Vamos apresentá-los a Jesus...

4 – Com o sinal da Cruz invocamos a Santíssima Trindade. Um gesto que revela nossa fé no instrumento da redenção e, ao mesmo tempo, é sinal do nosso ser cristão.

- que tipo de sinal temos sido para os que buscam nossa comunidade?

- quais as cruzes que nos têm apresentado? Colocar aqui os temas da CF 2014 propondo um olhar mais atento às dolorosas realidades e à proposta da Igreja.

Etapa III – Realizando

1º momento: 20’

O dirigente apresenta o material relativo à cruz e convida o grupo a confeccionar a “cruz do grupo”, utilizando toda a quantidade de arame. A cruz deve simbolizar o resultado da reflexão vivenciada.

Motivá-los. Ao término, apresentar as fitas correspondentes ao material e orientá-los:

- Vamos acrescentar nessa cruz as fitas, com palavras que iremos escrever em cada uma, simbolizando as tantas cruzes que presenciamos na humanidade ou vivenciamos em nossa caminhada familiar, social ou comunitária. Solicitar que escrevam.

Ao término, orientar:

- vamos agora fixar, amarrar essas fitas na “cruz do grupo” simbolizando a união de nossas pequenas cruzes à Cruz de Jesus para, com Ele, oferecermos tudo a Deus Pai, pela redenção da humanidade.

2º momento: 10’

Se desejar pode utilizar música de fundo apropriada.

Sobre uma mesa colocar a “cruz do grupo” apoiada em uma Bíblia com suporte. Ao lado colocar um cálice com suco de uva.

Orientar: vamos nos dar as mãos e formar um círculo a partir da cruz e do cálice. Com a Bíblia eles farão parte do nosso círculo simbolizando nossa caminhada comunitária, onde buscamos a Presença constante de Jesus na Cruz e no Cálice, testemunhados na Bíblia.

Na Cruz de Jesus transformamos o sentido da nossa cruz. No Cálice o sentido da nossa vida.

Agora somos convidados a celebrar. Já entregamos nossa cruz a Jesus... a partir do primeiro participante ao lado do cálice, um de cada vez, vai tomar o cálice nas mãos, beber um gole (suco de uva) e passar o cálice para o próximo... assim até que todos o façam...

- solicitar que iniciem.

Ao término, abrir um espaço para que façam orações espontâneas.

Caso não ocorram, encerrar com uma oração à escolha do grupo ou do dirigente.

Agradecer a participação de todos.

Sugestão: guardar a “cruz do grupo” e o cálice para uma futura reunião celebrativa.

Baseada na dinâmica do mesmo nome do livro: Momentos de Encontro Sacramental – Fé e Vida, caminhos de Encontro com Deus – de Sonia Biffi e Rosabel De Chiaro – Paulus Editora - 2004      

Texto de apoio 1 - “A CRUZ E O CÁLICE”

“Então Jesus pegou o cálice e agradeceu a Deus e disse: “tomem isto e repartam entre vocês... Este cálice é a nova aliança do meu sangue que é derramado por vocês” (Lc 22,17)

“Jesus carregou a cruz nas costas... e aí crucificaram Jesus” (Jo 19,17)

Deus não inventou a Cruz. Reconhece nela um instrumento do poder humano, poder feito de violência, soberba e aparência. O poder do sistema... o sistema do poder...

A esse poder se entregou Jesus, Aquele que acalmou os ventos e os mares, resgatou corpos, almas e vidas, renovou a esperança de muitos, transformou o coração de tantos. Trouxe Deus aos homens e levou os homens a Deus.

Mas o poder que pretendia deter o Filho do Homem aos limites do seu sistema, calando a sua voz, cessando seus gestos, destruindo o sentido do seu ser... não fez mais que erguê-lo em toda a sua magnitude humana e divina. A dor humana fez da Cruz o símbolo do divino... O amor divino fez da Cruz o símbolo do resgate humano.

Mas Jesus não se deteve na Cruz. Fez Dela o conteúdo do Cálice. A vitória não se conteve em “suportar” o peso, o desprezo e a dor, antes se definiu e se destinou a ser “o sentido último” de todas as cruzes, o bálsamo que as alivia, o sinal da celebração da Redenção.

Erguer o Cálice supõe “elevar” com Jesus a oferta de nosso calvário humano. Nossa vitória não se limita a “suportar” nossas cruzes, mas transformá-las, com nossos irmãos, no conteúdo que se integra ao já contido no Cálice de Jesus.

Jesus mesmo nos fala da Cruz e do Cálice como revelação e redenção, que só acontecem nos passos de um caminhar:

- A Nicodemos: “assim como Moisés levantou a serpente no deserto, do mesmo modo é preciso que o Filho do Homem seja levantado”(Jo.3, 14)...

- Aos discípulos: “... se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome cada dia a sua cruz, e me siga...”(Lc. 9,23)...

- Aos pobres: “vinde a mim todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei...” (Mt.11, 28)...

- Às multidões: “quem não carrega a sua cruz e não caminha atrás de mim, não pode ser meu discípulo”Lc 14,27

- Aos indecisos: “quem põe a mão no arado e olha para trás não é apto para o Reino de Deus...” (Lc. 9,62)...

- Aos incrédulos: “Quando vocês levantarem o Filho do Homem saberão quem Eu Sou” (Jo8,28)

- Ao mundo: “E quando eu for levantado da terra atrairei todos a mim”. (Jo 12,32)

- Aos apóstolos: “façam isso em memória de mim” (Lc 22,19)

- Ao Pai: “Afaste-se de mim este Cálice. Contudo, não seja feito como eu quero, e sim como tu queres.” (Mt. 26, 39)

- A Mãe: “... Mulher, eis aí o seu filho... (Jo. 19, 26)

Assim, a Cruz importa um Caminho um convite a caminhar, para senti-la, abraçá-la, carregá-la... com Jesus.

A verdade é que, sem a Cruz, não teríamos o Cálice, sem o Cálice não teríamos Jesus, nossas cruzes se perderiam no óbvio da caminhada humana.

E quem, um dia, experimentou a misericórdia que Dele jorra, experimentou o Amor e jamais deixará de sentir o afago que a marca deste Amor deixou.

Rosabel De Chiaro

PROPOSTA PARA O CASAL

Após a leitura e reflexão do texto de apoio conversem sobre o entendimento da mensagem. Em seguida, trazendo seu sentido para a vida pessoal e matrimonial, conversem a respeito de cada item, utilizando, se desejarem, esta folha que pertence a vocês para fazerem suas anotações.

1 – O que significa para cada um a Cruz de Jesus? E o Cálice?

- Como associar o sentido da Cruz e do Cálice à vivência do Sacramento do Matrimônio de vocês?

- O que pode representar o sinal da Cruz, que marcou as alianças que simbolizam o sinal da aliança matrimonial de vocês?

2 – O Cálice da Aliança revela o Projeto de Deus, contém a Vida, mas é também o cálice da amargura, sinal do sacrifício que Jesus bebe até o fim em nosso lugar...

- Pensem no Cálice de Jesus: o que contém? O que oferece a cada um de vocês? Enumerem e depois contem um ao outro: na prática da vida, o que a oferta de Jesus causa em cada um: esperança, ânimo, paz, transformação de atitudes... etc.?

3 – O matrimônio de vocês também comporta um cálice. O cálice da celebração da vida de vocês.

Pensem neste cálice, enumerem os tantos projetos sonhados, vividos ou esquecidos, deixados de lado ou até substituídos no caminhar de vocês.

- Façam o desenho de um cálice no espaço abaixo. Juntos escrevam nele palavras ou nomes que simbolizem as graças, frutos colhidos na vivência matrimonial de vocês – realizações familiares, pessoais etc... (deixar espaço para o desenho)

- de mãos dadas orem e ofereçam a Deus o conteúdo do cálice de vocês.

4 – Jesus fez da Cruz o conteúdo do Cálice: “vocês vão beber do meu Cálice”, diz Ele.

- Pensando nos variados desafios que enfrentam para assumir e vivenciar a missão de ser “casal” e ser “família”, vamos refletir: “como” temos carregado a nossa cruz?

- Temos “aliviado” ou aumentado o peso da cruz, um do outro?

- A cruz vivida, é aceita? Tem a marca da misericórdia?

- É ofertada? Temos buscado auxílio para vivê-la?

- Podemos, juntos, reconhecer as cruzes vencidas?

Ao lado do cálice de vocês desenhem o Cálice de Jesus e escrevam nele palavras que simbolizem o peso das tantas cruzes de cada um de vocês. Orem e ofereçam tudo a Jesus...

5 – Agora pensem no lar de vocês, juntos, de mãos dadas citem cada pessoa da família, com serenidade, apresentem cada um a Jesus... sua família... seus amigos... seus empregados... aqueles que lhes parecem mais difícil amar...

- reúna todos à volta de uma mesa e relembrem: “então Jesus pegou o cálice, agradeceu a Deus, e disse: Tomem isto, e repartam entre vocês” – é o Cálice do Amor e da Misericórdia, é Jesus. Orem como desejarem.   

Sugestão: guardem essas anotações ela pertence a vocês

TEXTO DE APOIO 2 – “AMOR PELA CRUZ”

Na hora em que realizou sua última e dolorosa viagem carregando pesada cruz – instrumento de dor e de morte – Jesus sabia que não sofria apenas um castigo imerecido. Mas, acima de tudo, assumia os planos do Pai celeste, em vista da redenção do ser humano.

Ainda hoje, carregar a cruz não é gesto obsoleto, lembrança de tempos passados. Ainda significa a mesma coisa que significou para Jesus: assumir em nossa caminhada a missão que o Pai celeste nos confia e entregar nossa própria existência em vista da salvação da humanidade inteira.

Em nossa caminhada de peregrinos o que mais importa não é nosso triunfo, nosso sucesso, nossa promoção, os prêmios e as regalias dos poderosos. O que importa mesmo é que a vontade de Deus seja cumprida e que a humanidade seja liberta da miséria, do pecado e da morte...

Por isso, quem ama sua própria vida mais do que a cruz, não é digno de Cristo. Quem ama o sucesso mais do que a cruz, não é digno de Cristo. Quem ama seu partido político, seu clube, seu círculo mais do que a cruz, não é digno de Cristo.

E quem permanecer calado perante as injustiças dos poderosos para não complicar sua vida, é inimigo da cruz. E quem atraiçoar seu próprio irmão para agradar qualquer patrão, é inimigo da cruz. E quem deixar de oferecer sua vida afim de que a vontade do Pai celeste se cumpra, também é inimigo da cruz.

Nisso consiste o peso da nossa cruz, hoje: em fazer a vontade do Pai que está no céu e em entregar a própria vida, a fim de que todos tenham vida.

Ao mesmo tempo, porém, somos desafiados a eliminar aquela imensa selva de cruzes erguidas contra a vida: as cruzes das perseguições e da injustiça, da opressão e da fome, da violência e da morte.

Pe. Virgilio, ssp - Folheto: O Domingo, Junho/1999 

 

 

 

 


 

 

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