Rezar a história das coisas
“Rezar a história das coisas”Michel Quoist conseguiu contemplar uma nota de mil e orar sobre ela – podemos nos educar para “ver o invisível” a partir de qualquer objeto que faça parte de nosso dia a dia.
Escolha uma lâmpada, cadeira, sapato, barra de choco etc. este objeto tem uma história marcada pela presença, pelo trabalho de uma infinidade de pessoas. De onde vem a matéria prima? Quem a plantou, extraiu etc.?
As pessoas devem perceber que o objeto está carregado de sentido, como oferta de mãos sensíveis que tornaram possível a sua existência. Aí é possível fazer uma oração pelos irmãos e irmãs presentes naquele sinal concreto de seu trabalho.
“Deus naquilo que possui de mais vivo e de mais encarnado, não está longe de nós, fora da esfera tangível; mas ele nos espera a cada instante na ação, na obra do momento. Ele está, de algum modo, na ponta da minha caneta, da minha picareta, do meu pincel, da minha agulha – do meu coração, do meu pensamento. É impulsionando até o seu último fim natural, o traço, o golpe, o ponto, com os quais estou ocupado, que tocarei o Fim último para o qual tende a minha vontade profunda.”
(de: Theillard de Chardim – O meio Divino – do livro: Hino do Universo – Paulus, 1999)
“Experimente...” Imaginar como seria a continuação de certos episódios bíblicos:
- O que fez o moço rico depois que Jesus se afastou?
- O que fez a família de Zaqueu quando soube que ele deu metade de seus bens?
- Como a mulher encurvada curada por Jesus conversou sobre o fato com suas vizinhas?
- Como era a relação do paralítico com os quatro amigos que o desceram pelo telhado?
- O que Maria conversava com Izabel enquanto cuidava da casa de sua prima?
Ao Entrevistar pessoas envolvidas num fato, captando seus pontos de vista. Por ex: ler Jo. 9 e imaginar uma entrevista com o cego, o pai e a mãe, alguém da multidão os discípulos de Jesus, os adversários de Jesus.
Ao Escrever uma carta pessoal para alguma figura bíblica. Partilhar o escrito no grupo e depois fazer preces espontâneas.
Oração para educar na ternura:
- Experimente fazer uma oração da noite diferente: vá dizendo devagarzinho os nomes de todo mundo que você encontrou ou lembrou durante o dia, como se estivesse colocando num altar uma oferta ao Senhor. Não é preciso usar muitas palavras;
- Saboreie cada nome, torne a pessoa presente na sua ternura e a coloque com respeito e esperança no colo de Deus.
Do livro: Este Mundo de Deus – Educar para a espiritualidade do cotidiano, de Therezinha Motta Lima da Cruz – Paulus Editora.