Nossa Casa: Aconchego da Família e de Deus - Rosabel De Chiaro e Sonnia Biffi
Própria para a época do Advento - adequar em caso de ser utilizada para grupos de jovens ou de perseverança de adultos solteiros.
Objetivo: convidar os participantes à experiência de compartilhar o aconchego de sua casa, de seu lar, de sua família com a família de Deus: o Pai, o Filho, o Espírito Santo, a Mãe Maria e o pai José:
- valendo-se das reflexões próprias do tempo do Advento, propostas pela própria Palavra de Deus, para levá-los a associar o tempo de preparação para a “vinda” de Deus Filho ao tempo de nos prepararmos para acolhê-Lo em nossa casa, em nosso coração, em nossa família, em nossa vida;
- motivando-os através da atividade, a pensar sobre as características da sua convivência familiar, seus valores, seus dons e seus pontos frágeis (o que está bom e o que precisa melhorar) para “acolher” a pessoa de Jesus Menino;
- possibilitando, pela experiência, a reflexão do sentido de preparar nossa pessoa, nossa casa, nosso aconchego familiar para “receber a família de Deus”, estabelecendo ainda um paralelo sobre o “tempo de Deus” que vem e o “nosso tempo” para recebê-lo e estar com Ele;
- facilitando, pelo apoio de um texto, a compreensão do contexto “Nossa casa: Aconchego da família - aconchego de Deus”, sensibilizando-os à percepção do sentido e da importância da palavra aconchego;
- promovendo o diálogo para levá-los a aprofundar o conhecimento da pessoa que há em cada um, permitindo, ao mesmo tempo, de forma lúdica, um intercâmbio de informações que podem contribuir para estabelecer uma cumplicidade de projetos e realizações na família e na comunidade;
- fortalecendo o exercício da fé, estimulando os laços familiares e comunitários.
Material: para cada participante: em folha sulfite, o desenho de uma casinha, modelo comum (em anexo); lápis/canetas; texto de apoio. Opcional, o uso de uma carteira/mesa para cada um e música ambiente.
Estratégia: 1º momento: 15’
O animador os convida a participar de uma atividade.
- distribuir o texto de apoio, propor que leiam e reflitam;
- em seguida, motivá-los a partilhar, manifestando suas impressões, seu entendimento etc.
- motivá-los à troca enquanto julgar necessário para a compreensão do texto e seu contexto. Encerrar o momento sugerindo que guardem o texto.
2º momento: 15’
Orientar: cada um fará seu trabalho de maneira individual, sem aceitar interferências ou buscar auxilio; receberá o desenho de uma casinha (Ver ilustrações a seguir). Se necessitar, há lápis/canetas disponíveis sobre a mesa.
- lembrando o texto de apoio que acabamos de refletir, vamos utilizar o espaço desse desenho, que representa a nossa casa, para escrevermos tudo que sentimos que devemos e queremos “preparar” para fazer dela um espaço de “aconchego” para acolher Jesus Menino;
- comece pensando em você e, aos poucos, estenda a todos da família e até aos amigos que gostaria que estivessem com você, com a família - ajeite cada um nos espaços da casa, conforme desejar;
- pense também nas atitudes necessárias para bem receber Jesus, escreva-as nos espaços da casa, conforme desejar.
- para finalizar, pense num símbolo que, para você, retrata a palavra aconchego e desenhe-o como e onde desejar. Escolham um lugar da casa para escrever seu próprio nome.
- ao receber o material podem se acomodar onde desejarem para que se concentrem e mantenham sua privacidade.
- distribuir o material: folhas com o desenho e lápis/canetas. Ligar o som. Deixá-los à vontade. Comunicar o término do tempo, solicitar que retornem ao grupo.
Exemplo de Ilustração para a casa
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3º momento: 15’ (para grupos de casais)
- convidar cada casal a viver o seu momento, orientar:
- que se acomodem de forma a manter sua privacidade e conversem, de maneira especial, apresentando um ao outro seu projeto de preparação pessoal, da família e da casa para “acolher” Jesus. Que aproveitem o momento para dialogar, para conhecer e compreender as idéias um do outro. Conversem sobre tudo que pensaram e refletiram para tornar sua pessoa, sua família, sua casa e sua convivência mais aconchegante para “acolher” Jesus Menino. Juntos idealizem o projeto final, decidam o que deve permanecer, o que é preciso acrescentar ou retirar, mudar para tornar mais aconchegante a pessoas de cada um, a família, a casa de vocês, para vocês mesmos e para Jesus.
- propor que cada casal se reúna. Deixá-los à vontade, manter sua privacidade.
- ao término solicitar que retornem ao grupo.
3º momento: 20’ (para grupos de pessoas/individuais)
Solicitar que se acomodem e propor: como foi o exercício, gostaram?
Convidá-los a partilhar com o grupo, relatando o que desejarem a respeito de sua reflexão pessoal e do seu projeto.
Abrir espaço para quem desejar iniciar.
Concluir, agradecer a presença e a participação de todos. Encerrar como desejar ou à vontade do grupo.
4º momento: 10’ (para grupo de casais)
Solicitar que se acomodem e propor: como foi o exercício, gostaram? O que gostariam de partilhar com o grupo. Deixá-los à vontade caso não queiram se manifestar.
- agradecer a presença e a participação de todos. Encerrar como desejar ou à vontade do grupo.
Técnica baseada na Dinâmica: Aconchego - A nossa Casa - do Livro Nós, Eu e Você - técnicas de Dinâmicas e Vivências para Noivos - de Sonia Biffi e Rosabel De Chiaro - Ed. Paulus - 3ª edição
Texto de Apoio - Técnica de Dinâmica: Nossa Casa: Aconchego da Família e de Deus
“Eu e minha família serviremos a Javé” Jos. 24,15
Começa o Advento, o período que, de fato, nos prepara para acolher Aquele que vem para fazer acontecer, mais uma vez, o Natal, celebrando o Menino que já veio, mas que agora clamamos que venha para ficar... Nesse hoje de Deus que chega, começa o meu hoje... Porque hoje devo começar a pensar nesse Deus menino que vai chegar... Porque hoje é tempo de me preparar. Quero acolher Jesus, primeiro em meu coração. Porque pra mim, meu coração é a casa onde moro. Vivo ali tantas emoções, guardo ali tantos amores, tantas dores... Guardo ali o meu Jesus, meu hóspede fiel... o amigo a quem mostro, sem medo, o estado do meu coração, da minha “casa”: “vê Jesus como ele está? Às vezes inseguro, como uma casa sem teto... Às vezes incapaz de se abrir, de se doar, de acolher, como uma casa sem vida... Outras tantas, eufórico, irriquieto, descontrolado, como uma casa em desordem... Hoje, preciso que me ensine a buscar o que meu coração realmente necessita...porque hoje quero olhar o coração dos que me cercam, que compartilham comigo seu ser, seu querer, seu viver...
Cada espaço do meu coração parece ter um dono, que, nem por isso dele se apropria... assim como cada espaço do meu lar, da minha casa me remete à alguém, sempre especial, com que vivencio o que contém meu coração... com este olhar e este sentido passeio agora no hoje da minha casa... No quarto dos meus filhos respiro a graça que me concedeste pela presença, pela alegria, pela vida de cada um deles... ausentes ou não sempre farão parte de minha casa... Meu quarto, um espaço de repouso e alegria, tanta vida compartilhada, tantas conquistas alcançadas, tantas bênçãos sentidas, tanta gratidão pelo/a companheiro/a que me deste... Num outro espaço, que nunca se esvazia, a presença dos que já se foram... estão na casa do Pai e na memória do meu coração... Contemplo agora o espaço onde acolho os tantos familiares e amigos que me são caros e penso em cada um... alguns ainda me são difíceis, mas considero-os parte do que devo “transformar” em mim...Olho com ternura o espaço físico que lhe reservei...Na mesa o sentido de partilha que me ensinaste... no alimento a marca da presença fraterna daquele que semeou, daquele que colheu, daquele que tranportou, daquele que o preparou... Tantos e quantos desconheço, mas não devo ignorá-los... Hoje, desejo oferecer a você Jesus, essa minha casa, esse meu coração, essa minha vida, essa minha família...Temos desfrutado do aconchego que nos une, que nos acolhe por inteiro, que perdoa nossas falhas, serena nossa alma... aquece nosso coração... dá sentido a nossa vida. Assim nos sentimos amados, protegidos, abraçados...
Sei que devo me preparar para recebê-lo Jesus e desejo fazê-lo com minha família, com minha comunidade, com meus amigos... assim busquei me informar, primeiro passo para poder me formar, não é? Como aprender se não me interesso? Sabia que desde o primeiro domingo, a Igreja recorda-nos a vinda gloriosa de Cristo, no fim dos tempos – comemoramos a espera do povo de Deus, mos também o nosso próprio Advento, esperando o Senhor que virá visitar cada um de nós. E eu quero esperar por Ele. Nesse tempo Isaías convida-nos à fidelidade, João Baptista à conversão, Maria ensina-nos a disponibilidade e José a confiança – podemos estar certos, o Senhor virá ou, segundo o espírito da liturgia, o Senhor vem!
O símbolo mais conhecido do Advento é a coroa, feita com as folhas verdes da esperança, decorada com bolas e fita, com quatro velas no centro. Engraçado, quantas vezes coloquei uma coroa na porta da minha casa como enfeite de Natal, sem nem mesmo me dar conta do seu significado. Agora, encontro uma proposta nova, fazê-la no aconchego da minha família. Não para colocá-la na porta, mas no mesmo espaço que já lhe reservei. E, a cada semana, pedirei que um membro da minha família acenda a vela correspondente num ritual simples, simbólico, mas muito significativo. Quero apenas dizer com isso que o Advento está acontecendo em mim, na minha casa, na minha família. Faremos uma prece, como cada um desejar e, não esqueceremos de pedir que a Palavra de Deus ilumine o nosso caminho, oriente nossos passos e nos conduza, luz após luz, para a claridade radiante do Natal. Nos lembraremos de louvar a Deus pela graça dessa vinda gloriosa que, traz consigo a ternura da Mãe Maria e a proteção do pai José.
E quando o Natal chegar, nossa casa, com certeza, estará iluminada, a Ceia preparada, a família reunida num aconchego especial. Seremos então um presépio vivo, tendo no coração o Jesus Menino e nas mãos os dons que o Senhor nos conceder para espalhar, com gratidão e esperança, todo bem que faça brilhar essa Luz Divina em cada casa que Ele quiser habitar. “Que alegria quando me disseram: vamos à Casa do Senhor.”(Sl. 122)
Rosabel de Chiaro Nov. 2011